Inflação desacelera em todas as faixas de renda em agosto, aponta Ipea

Agência Brasil
Economia
Em 12 de Setembro de 2024 às 15:32
Edição de Agência Brasil

A inflação registrou queda em todas as classes de renda no mês de agosto, em comparação com julho deste ano, de acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As famílias de renda muito baixa viram a inflação recuar de 0,09% para -0,19%, enquanto as de renda alta, que enfrentaram um aumento de 0,80% em julho, registraram desaceleração para 0,13% em agosto.

Nos últimos 12 meses, todas as classes de renda também observaram uma redução na inflação acumulada. As famílias de renda muito baixa apresentaram a menor taxa acumulada no período, com 3,72%, enquanto as de renda alta registraram a maior, com 4,97%.

A queda inflacionária foi influenciada principalmente pelos grupos de alimentos e bebidas e habitação. Produtos como cereais (-1,3%), tubérculos (-16,3%), hortaliças (-4,5%), aves e ovos (-0,59%), leites e derivados (-0,05%) e panificados (-0,11%) tiveram deflação, aliviando o peso da inflação, especialmente para as famílias de menor poder aquisitivo, que destinam uma parcela maior de sua renda à compra desses itens.

 

Queda na energia elétrica impulsiona alívio inflacionário

No grupo de habitação, a queda de 2,8% nos preços da energia elétrica, resultado do retorno da bandeira tarifária verde e de reduções tarifárias em algumas capitais, foi determinante para a redução da inflação em agosto.

Para as famílias de renda alta, apesar da deflação nos alimentos e na energia, e da redução de 4,9% nas passagens aéreas, o aumento de 0,76% nas mensalidades escolares e o reajuste nos planos de saúde (0,61%) pressionaram a inflação. Outros serviços, como médicos e dentários (0,72%) e despesas pessoais (0,25%), também contribuíram para a elevação dos custos para essa faixa de renda.

Segundo o Ipea, a desaceleração da inflação em agosto deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2023, foi impulsionada pela melhora nos grupos habitação e saúde e cuidados pessoais. Em 2023, a energia elétrica teve alta de 4,6%, enquanto neste ano, houve uma queda de 2,8%. No grupo de saúde, a deflação de 0,18% nos artigos de higiene, que contrasta com os reajustes de 0,81% do ano anterior, também ajudou a conter a alta dos preços.

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