O Brasil perdeu uma de suas maiores referências na música erudita na última segunda-feira (2). O maestro, pianista e compositor pernambucano Marlos Nobre faleceu aos 85 anos, deixando um legado incomparável com cerca de 246 obras em seu catálogo. Nascido no Recife, Marlos ocupava a cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Música e foi amplamente reconhecido por sua contribuição para a cultura nacional e internacional.
Entre os muitos prêmios que recebeu ao longo de sua carreira, destacam-se a Bolsa Guggenheim e a Ordem do Mérito Cultural, além de títulos de professor honoris causa de instituições renomadas, como a Universidade Federal de Pernambuco (2010), a University of Texas at Austin e a Universidade de Indiana. Marlos também foi professor visitante em universidades prestigiadas como Yale e Juilliard, consolidando seu nome no cenário acadêmico mundial.
A trajetória profissional de Marlos Nobre foi marcada por importantes cargos que reforçaram sua influência no meio musical. Ele atuou como diretor musical da Rádio MEC e do Instituto Nacional de Música da Fundação Nacional de Arte do Brasil. No âmbito internacional, presidiu o International Music Council da Unesco em Paris e, posteriormente, foi diretor da Fundação Cultural de Brasília.
Com obras que exploram a fusão entre elementos da música brasileira e influências eruditas universais, Marlos Nobre é reconhecido por ter criado uma linguagem única que dialoga com a cultura popular e o academicismo. Seu trabalho é reverenciado não apenas no Brasil, mas também no exterior, onde frequentemente era convidado a ministrar aulas, dirigir orquestras e participar de eventos culturais de grande relevância.