Aumento nos preços dos alimentos e desvalorização do real impulsionam inflação acima da meta em 2024

Agência Brasil
Economia
Em 10 de Janeiro de 2025 às 14:56
Edição de PEonline

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 4,5%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fatores como o aumento nos preços dos alimentos, especialmente das carnes, a influência de condições climáticas adversas e a desvalorização do real frente ao dólar são apontados como as principais causas do resultado inflacionário.

Alimentos: maior alta desde 2022

O grupo de alimentos e bebidas registrou aumento de 7,69%, o maior desde 2022, quando subiu 11,64%. Esse segmento foi responsável por 1,63 pontos percentuais do IPCA. Entre os alimentos, o destaque foram as carnes, que registraram aumento de 20,84% no ano, contribuindo com 0,52 p.p. ao índice geral.

O encarecimento das carnes foi especialmente acentuado no último trimestre, com alta de 23,88% entre setembro e dezembro. As principais altas foram observadas nos cortes de alcatra (21,13%), costela (21,33%) e contrafilé (20,06%).

De acordo com o analista do IBGE André Almeida, fatores climáticos tiveram grande influência. “Tivemos estiagem, ondas de calor e seca em várias regiões, reduzindo a disponibilidade de pastagens e intensificando os efeitos da entressafra. Além disso, o menor volume de animais para abate reduziu a oferta, pressionando os preços”, explicou.

Outros produtos alimentícios também registraram altas expressivas, como o café moído (+39,60%) e o óleo de soja (+29,21%).

Impactos do câmbio

A desvalorização do real frente ao dólar também foi um fator determinante. Em 2024, o dólar subiu 27%, encerrando o ano a R$ 6,18. Isso aumentou os custos de produção de produtos com componentes importados e incentivou exportações, reduzindo a oferta de alimentos no mercado interno.

“Com o câmbio valorizado, produtores preferem exportar, recebendo em dólar, o que limita a oferta interna e pressiona os preços”, destacou Almeida. Além disso, commodities negociadas em dólar, como alimentos e combustíveis, foram diretamente impactadas.

Outros fatores

Entre os produtos não alimentícios, a gasolina teve um aumento de 9,71%, com impacto de 0,48 p.p. no IPCA, consolidando-se como o item de maior influência individual no índice. Já a educação registrou alta significativa em fevereiro, impulsionada pelo reajuste de mensalidades escolares.

Por outro lado, agosto foi o único mês com deflação (-0,02%), influenciado pelo recuo nos preços da energia elétrica e por um alívio temporário no custo de alimentos.

A combinação de choques climáticos, alta do dólar e pressões de oferta interna reforçou o desafio de conter a inflação em 2024, resultando em um desempenho fora da meta e evidenciando a necessidade de políticas econômicas mais robustas para mitigar tais efeitos.

fonte:  Agência Brasil

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